quinta-feira, junho 21, 2007
quarta-feira, junho 06, 2007
Quando eu escuto o início dessa música numa festa, danceteria ou no rádio minha espinha gela. Bateria, baixo e guitarra base, entram nessa ordem e Roger O'Donnell manda um solo de teclado que me para o coração. Durante um segundo, enxergo o mundo do mesmo modo que enxergava em 1987. E me dá uma angustia boa... e me lembro que nem tudo o que eu queria naquela época eu consegui ser hoje.
Mas tudo bem. Porque nessa hora o Robert Smith já está dizendo : “I”ll promise you, I’ll promise you, i”ll runaway with you”
Que música bonita.
domingo, junho 03, 2007
Grotta Azzurra
Do outro lado do golfo de Nápoles, na ponta noroeste de Capri, encontra-se esta gruta parcialmente submersa que já foi usada por imperadores romanos como um lago para banhos particular.
O fundo em calcario, e um jogo natural de luzes numa outra abertura (completamente submersa) forma um efeito de iluminação suigênere, do fundo para a superfície, maravilhando o visitante com um azul intenso e fluorescente.
Passagens subterraneas secretas ligam-na à catacumbas romanas no interior da ilha de Capri.
Fonte: www.wikipedia.com
sábado, junho 02, 2007
As boas mulheres da China
Com 1.3 bilhões de pessoas e crescendo por quase 10 anos a uma taxa de 10% ao ano,- só em 2006 o PIB nominal foi de 2,6 trilhões de dólares, abaixo apenas da Alemanha, Japão e Estados Unidos (e considerando-se o PIB por paridade do poder de compra, a China fica abaixo apenas dos Estados Unidos)- A China é hoje a locomotiva mais assustadora das superpotências econômicas do mundo. As forças resultantes de seu crescimento de poder afetarão o cenário político, econômico e cultural mundial, muito além do que se é percebido hoje.
O Ocidente, entretanto, desconhece a brutal transformação por que passa a sociedade chinesa de hoje.
Historicamente rural por milênios, a China atravessa hoje uma revolução industrial, tecnológica e urbana de caráter inimaginável há apenas 2 décadas. As tensões sociais que as disparidades econômicas tem gerado não são pequenas. A angustiante dualidade de coexistência entre os valores tradicionais e a influência do modo de vida ocidental também contribuem.
Em particular, a questão da Mulher na China, apontada por organismos internacionais, serve como importante termômetro da situação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde a China é o único lugar do mundo onde as taxas de suicídio femininas são maiores do que as masculinas. São aproximadamente 150 mil por ano, e 1,5 milhões de tentativas. O suicídio já é a maior causa de morte na faixa dos 30 anos. A violência e humilhação presente
no casamento tradicional chinês é a principal raiz do fenômeno (é parte da tradição que ao se casar a mulher se mude para a casa da família do marido deixando sua própria família para trás). A diferença é que hoje, sobra ainda, por menor que seja, um vislumbre de melhoria de vida e da condição da mulher nas grandes cidades, o que aumenta a frustração a ansiedade e a sensação de imobilidade e prisão. Não existem, para as mulheres na China, mecanismos que permitam uma saída fácil de um casamento infeliz. O suicídio vira então um ato de protesto.
A perspectiva de futuro da Mulher na sociedade chinesa também é outro aspecto horrível do problema. Ela está desaparecendo. Hoje, já são 118 nascimentos de meninos para cada 100 de meninas. Nas salas de aula não é raro ver uma menina para cada 4 meninos. Em menor número e sozinhas elas adquirem as características agressivas dos meninos. O déficit de mulheres na China pode chegar em 2020 à 40 milhões. As causas derivam do infanticídio das meninas (prática que também ressurgiu nos últimos tempos). Por medo do quase inexistente sistema previdenciário os pais querem filhos homens para que possam garantir sua velhice. As conseqüências deste processo são igualmente nefastas. Nas grandes cidades já é difícil para os trabalhadores jovens conseguirem arrumar esposas. Crimes que o comunismo chinês tinha conseguido diminuir mas não extinguir (ou talvez esconder), se tornaram ainda mais freqüentes na nova China; abdução e tráfico de mulheres, casamentos arranjados, prostituição e estupro.
A abertura econômica agravou as conseqüências sociais sérias para as mulheres da China de hoje. Para as raras privilegiadas que conseguiram estudar e ter acesso à informação e melhores salários, o novo capitalismo chinês tem aberto mais portas do que nunca. Entretanto, para a maioria das mulheres pobres, os ganhos de igualdade e respeito alcançados pós 1949 na revolução comunista, parecem escorregar por entre seus dedos.
Espera-se apenas que este processo todo não se trate de uma estratégia.
O Ocidente, entretanto, desconhece a brutal transformação por que passa a sociedade chinesa de hoje.
Historicamente rural por milênios, a China atravessa hoje uma revolução industrial, tecnológica e urbana de caráter inimaginável há apenas 2 décadas. As tensões sociais que as disparidades econômicas tem gerado não são pequenas. A angustiante dualidade de coexistência entre os valores tradicionais e a influência do modo de vida ocidental também contribuem.
Em particular, a questão da Mulher na China, apontada por organismos internacionais, serve como importante termômetro da situação.
Segundo a Organização Mundial da Saúde a China é o único lugar do mundo onde as taxas de suicídio femininas são maiores do que as masculinas. São aproximadamente 150 mil por ano, e 1,5 milhões de tentativas. O suicídio já é a maior causa de morte na faixa dos 30 anos. A violência e humilhação presente
no casamento tradicional chinês é a principal raiz do fenômeno (é parte da tradição que ao se casar a mulher se mude para a casa da família do marido deixando sua própria família para trás). A diferença é que hoje, sobra ainda, por menor que seja, um vislumbre de melhoria de vida e da condição da mulher nas grandes cidades, o que aumenta a frustração a ansiedade e a sensação de imobilidade e prisão. Não existem, para as mulheres na China, mecanismos que permitam uma saída fácil de um casamento infeliz. O suicídio vira então um ato de protesto.
A perspectiva de futuro da Mulher na sociedade chinesa também é outro aspecto horrível do problema. Ela está desaparecendo. Hoje, já são 118 nascimentos de meninos para cada 100 de meninas. Nas salas de aula não é raro ver uma menina para cada 4 meninos. Em menor número e sozinhas elas adquirem as características agressivas dos meninos. O déficit de mulheres na China pode chegar em 2020 à 40 milhões. As causas derivam do infanticídio das meninas (prática que também ressurgiu nos últimos tempos). Por medo do quase inexistente sistema previdenciário os pais querem filhos homens para que possam garantir sua velhice. As conseqüências deste processo são igualmente nefastas. Nas grandes cidades já é difícil para os trabalhadores jovens conseguirem arrumar esposas. Crimes que o comunismo chinês tinha conseguido diminuir mas não extinguir (ou talvez esconder), se tornaram ainda mais freqüentes na nova China; abdução e tráfico de mulheres, casamentos arranjados, prostituição e estupro.
A abertura econômica agravou as conseqüências sociais sérias para as mulheres da China de hoje. Para as raras privilegiadas que conseguiram estudar e ter acesso à informação e melhores salários, o novo capitalismo chinês tem aberto mais portas do que nunca. Entretanto, para a maioria das mulheres pobres, os ganhos de igualdade e respeito alcançados pós 1949 na revolução comunista, parecem escorregar por entre seus dedos.
Espera-se apenas que este processo todo não se trate de uma estratégia.
Fonte: Reportagens da BBC "Tradition weigh on China's women" e "New Women, old problems" www.bbc.co.uk Idem para a foto. O título é do excelente livro de Xinran Xue.
sexta-feira, junho 01, 2007
Sessão: Pensando na vida
A gente faz hora, faz fila na vila do meio dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor
Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixe um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor
Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor
Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava a filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha
Flor da Idade
Chico Buarque de Holanda
Fonte: Não sei. A foto é da Folha de S.Paulo de ontem. Achei bonita a moça.