terça-feira, novembro 07, 2006

Crise da Representação

Uma das coisas que mais me irrita na pós-modernidade é a noção de entropia das linguagens, noção aliás muita cara e subproduto da sociedade global. Nesta, tudo vale e todas as linguagens são válidas. Todos os pontos de vista, todos os discursos, tudo amparado pela lógica da liberdade de expressão, mesmo que não haja expressão válida alguma. Nada pode ser descartado pois pode correr-se o risco de excluir algum tipo de mercado interessante (lógica esta já questionável) . O resultado deste processo é a crise de representação de valores e parâmetros da arte, da cultura e da ética, muitas vezes não por termos nos esquecido deles, ainda que subjetivos, mas por preguiça do lado do objeto e oportunismo do lado do sujeito. Atribuindo-se o mesmo peso à todos pontos de vista, acaba-se por nivelar tudo por baixo, misturar alhos com bugalhos e eleger falsos-ídolos. O pior de todo esse processo é a armadilha que se gera naquele que cria. É comum que este se pergunte constantemente sem saber de que lado está: da ruptura ou da vulgarização?
Uma boa parte da apatia tem sua raiz aí.

1 Comments:

Blogger Guilherme Franco said...

morreu e perdemos até o aniversário de um ano.
túmulos são bonitos, nascem flores.

7:27 PM  

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