sexta-feira, março 09, 2007

Alice Brill


"Está em processo de catalogação pelo Instituto Moreira Salles os 14 mil negativos do acervo particualar da fotógrafa alemã, atualmente com 86 anos, produzidos entre 1948 e 1960. São retratos espontâneos e muitas vezes doces de famílias e crianças, além de personalidades do mundo artístico com quem conviveu ao exercer a pintura, outra forma de expressão sua, como os do grupo Santa Helena. Documentou também os índios do Xingu, ao acompanhar a Expedição Roncador-Xingu, e o trabalho desenvolvido com os internos do Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em São Paulo. Produziu ainda importante registro da cidade de São Paulo, por ocasião de seu Quarto Centenário, e de Ouro Preto e Salvador, entre outras.
Filha do artista plástico alemão Erich Brill, morto prematuramente em campo de concentração na 2.ª Guerra Mundial, e da jornalista Marte Brill, autora do livro "Schmelztiegel", sobre a saga que a trouxe ao Brasil - tardiamente publicado na Alemanha em 2002 -, Alice migrou para o Brasil em 1934 com sua mãe, aos 13 anos, para escapar do nazismo.
Decidida a abraçar o ofício paterno, já em 1940 passou a freqüentar o Grupo Santa Helena. Em seguida, com bolsa de estudos, cursou desenho, pintura, escultura, gravura, fotografia, história da arte, literatura e filosofia nos EUA. Entre seus mestres no Brasil, estão Paulo Rossi Ozir e Aldo Bonadei, do Santa Helena, Yolanda Mohaly, Poty e Hansen Bahia. Sua longa carreira resultou em mais de cem exposições individuais e coletivas (como a I Bienal de São Paulo em 1949) no Brasil e Exterior. E mais de 10 importantes prê-mios.
A artista também foi fundadora do Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP), do Clube dos Artistas e Amigos da Arte de São Paulo, da Associação Brasileira de Pesquisadores em Arte. Formada em Filosofia Pura pela PUC/SP em 1975, fez mestrado e doutorado em Estética na USP. Publicou três livros: "Mário Zanini e seu Tempo" baseado no mestrado (Ed. Perspectiva, 1984), "Da Arte e da Linguagem" (Ed. Perspectiva, 1988) e "Flexor" (1990), além do capítulo sobre Artes Plásticas em "O Expressionismo" (org. Jacó Guinsburg, Ed. Perspectiva, 2002). A tese de doutorado "Viagens Imaginárias - transformação de uma técnica milenar em linguagem contemporânea", sobre o batik(pintura em tecido de origem javanesa), permanece inédita."

1 Comments:

Blogger Unknown said...

Você descobre pessoas incriveis!
Lu

6:31 PM  

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