quarta-feira, janeiro 24, 2007

Vamos celebrar a estupidez humana...


Falamos aqui de coisas que todo mundo sabe.
A engenharia civil brasileira, sua expertise na utilização do concreto, em obras de arte e infraestrutura, não deve nada para as melhores do mundo.
O Consórcio executor das obras do metrô é formado pelas maiores construtoras do Brasil.
O Corpo técnico do Metrô paulista compõem-se e contrata especialistas para a execução do projeto e especificações.
Entretanto nada disso pôde, quis ou conseguiu se contrapôr à uma lógica dominante. A lógica dominante tem seu própio ritmo. A lógica dominante tem suas próprias formas de contratos e sub-contratos, é irresponsável e dilui responsabilidades. A lógica dominante nem sempre reúne condições para a escolha da boa-técnica da engenharia, apesar de travestir-se numa roupagem altamente tecnológica, distante, superior e burocrata.
A lógica dominante exige, obviamente, os menores prazos conjugados com os menores custos, nem sempre permitindo que haja o tempo da revisão de propostas, das análises mais profundas, da reflexão, ou da adoção das mesmas.
A lógica dominante não tem nada a ver com as pessoas, usuários ou cidadãos. Ela não processa essas informações. A lógica dominante não é Paulista ou Brasileira ela é subproduto de um modelo de pensamento global. Mas em geral no Brasil e em particular em São Paulo, ela assume tendências um tanto quanto sado-masoquistas, autofágicas e autodestruidoras,parece que ela quer se provar pior que o pior. Reprodução excludente, barata e clichê de Capitalismo. É a fusão de uma era de descontinuidade fragmentada com um pensamento que nunca quis se integrar, era único, independente, sempre teve mais à ver com as elites do exterior do que com uma idéia de país. Afinal, a culpa quando São Paulo não anda, ou é da incompetência dos nordestinos ou da roubalheira de Brasília. Não é mesmo?
De vez em quando acontece uma merda federal dessas.Morre gente.
E todo mundo se entreolha pensando: de quem ou, em quem vamos botar a culpa.
Mas para essa lógica dominante, alguém olha?

Fonte : Inspirado na reportagem deste mês da revista Carta Capital http://www.cartacapital.com.br/edicoes/2007/01/428/autofagia-a-paulista
A Foto é de Victor Caivano / AP da mesma reportagem.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

O texto me lembrou meus tempos de colégio, em que o bedel volta e meia entrava nas salas de aula, via aquela bagunça toda pelos cantos e nos perguntava: "vocês certamente fazem isso em casa, não é?". Tinha moleque que respondia que sim, pois limpar sujeira era função da faxineira...

Seria a cratera de São Paulo uma espécie de "profissionalização" desses papéis jogados nas salas de aula vida afora?

11:40 PM  

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